sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Homem também corre risco de extinção

Ainda não encontrei a espécie humana em nenhuma lista de animais ameaçados de extinção. Já pensou? Que maravilha seria a Terra sem os homens! A vida seguiria seu rumo e somente a casualidade dos desastres naturais é que poderia destruir uma coisinha aqui e outra ali.

É justamente esse exercício de imaginação, do mundo livre dos seres humanos e do seu rastro de sujeira, que propõe o documentário Life after people (Vida depois dos homens), produzido pelo The History Channel. Não surpreendentemente, o equilíbrio da vida voltaria ao normal tão logo a população humana desaparecesse da face da Terra.

O verde e a vida selvagem tomariam conta das cidades em apenas algumas décadas. Nem mesmo imponentes selvas de concreto resistiriam às reações químicas naturais e sucumbiriam diante da falta de manutenção.

Em 10 mil anos, poucos traços da presença humana restariam no planeta. Do pó ao pó!

Esse cenário parece bem improvável. Afinal, somos 6,5 bilhões de humanos. Até 2050, a Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que seremos 9 bilhões. E pensar que em 1950, éramos por volta de 2,5 bilhões.

Se de um lado a população humana está crescendo desenfreadamente, do outro, espécies estão simplesmente sumindo. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), entidade que busca soluções para o crescimento sustentável, 15.589 espécies correm risco de extinção. Isso significa que um em cada quatro mamíferos, um em cada oito pássaros e um em cada três anfíbios deixarão de existir para sempre em um futuro próximo.

Obviamente, essa lista é mais uma que não inclui o homem. Mas, como explica o pessoal da Species Alliance, organização com o objetivo de divulgar agressões ao ambiente e suas consequências, a sobrevivência dos humanos depende direta e indiretamente de toda a biodiversidade. Sem o equilíbrio desse ecossistema, haverá uma extinção em massa. E o animal humano também estará ameaçado.

A boa notícia é que esse quadro vai mudar. Mesmo que o homem desapareça, a vida continua.

Um exemplo dessa força de recuperação é Chernobyl, aquela cidade ucraniana que foi destruída por um acidente nuclear em 1986 (na época, Chernobyl fazia parte da então União Soviética). Aos poucos, a vida ali volta a florescer. Já não cabe mais chamá-la de cidade-fantasma. Até mesmo algumas pessoas voltaram a morar por lá (ainda não se sabe ao certo quão seguro é pisar por aquelas terras).

Agora é hora de mudarmos nossos valores e criarmos novos padrões para o que chamamos de qualidade de vida. Contemplar e preservar as belezas naturais deveria estar no topo das prioridades de todo o mundo. Continuar destruindo tudo é destruir toda a vida no planeta, inclusive a nossa.

É fundamental termos a consciência de que são os homens os maiores ameaçados de extinção. Como vimos, o planeta se recuperaria (e vai se recuperar) completamente em alguns milênios. Pode parecer muito, mas o que é o tempo para quem não tem relógio?

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